Libertação Entre os Cristãos Primitivos
Fiquei grandemente surpreso após ler o livro, Vozes do Cristianismo Primitivo, da autoria de E. Glenn Hinson e Paulo Siepiersk, e ter descoberto como os cristãos primitivos levavam a sério a questão da libertação entre aqueles que estavam se chegando ao cristianismo. O Dr. Hinson escreveu neste livro um capítulo chamado – ‘O Batismo na História da Igreja Primitiva’, onde procura mostrar tanto a maneira como os cristãos dos primeiros séculos viam o batismo assim como a necessidade da preparação para o mesmo.Sua pesquisa abrangeu até o ano 200 d.C. Segundo ele, embora não tenhamos a necessidade da imitarmos a formulação exata de como se processava o batismo, devemos no entanto, considerar a sua riqueza e conseqüentemente implementarmos isto nas nossas igrejas.
Primeiramente, Hinson diz que a idéia do batismo na igreja primitiva, segundo os moldes do novo testamento, estava na participação de cada cristão no triunfo de Cristo sobre satanás. Isso era extremamente importante para aquela época, pois era comum entre aquelas sociedades o medos dos espíritos; até mesmo entre os mais intelectuais. O Cristianismo veio apregoar que Cristo com sua vinda, morte e ressurreição, despojou e destruiu todos os principados e potestades, não havendo mais razão para o medo. Haveria agora a necessidade do homem render-se ao senhorio de Cristo, para que pudesse também participar de Sua vitória. Foi o que milhares de pessoas fizeram!
Em segundo lugar, diz também Hinson,
“Por volta de 200 d.C., a igreja oferecia um programa intensivo que almejava preparar o cristão em seu combate espiritual contra os principados e potestades. (...) Por trás desse objetivo estava o seguinte raciocínio: antes de se tornar cristão, acreditava-se, o convertido era súdito de Satanás, sendo literalmente, e não apenas na teoria, mantido cativo. Isso era verdade em relação a todos os cidadãos do ‘mundo’, a esfera dominada por Satanás. O caráter e os hábitos desses cidadãos tinham sido moldados por poderes demoníacos; estavam servindo Satanás em suas vocações e ocupações. (...) Quando uma pessoa se tornava cristã, deveria quebrar o jugo dos espíritos e não deixar nenhum vestígio do controle deles, para que ela pudesse se submeter totalmente a Cristo e participar em seu reino”
O que podemos ver com este comentário é que a igreja assim que recebia um novo na fé, além de levá-lo a Cristo (o que seria o principal), também o acompanhava até que estivesse plenamente livre dos laços do diabo. Os informes históricos deixam claro que nem todos eram livres automaticamente no momento de sua conversão; alguns casos, realmente demandavam um forte acompanhamento por parte da igreja, devido aos envolvimentos passados que tivera. Mas nem todos os bispos estavam dispostos a receber determinados indivíduos que traziam fortes jugos espirituais para a igreja. No terceiro século, o bispo Hipólito de Roma, por exemplo, não permitia sequer que aqueles que vieram das práticas mágicas recebessem instruções preliminares, visando o batismo . No entanto, diz Hinson, “a igreja [de modo geral] aceitava todos os que quisessem mudar seus hábitos e ocupações, certa que Cristo poderia verdadeiramente transformar a vida deles (...) Mas, uma vez que a igreja aceitava um dos escravos de satanás, investia com toda a sua força para liberta-los dos espíritos”.
Conforme estudamos em Atos dos Apóstolos, quando ali a igreja estava em sua origem e desenvolvimento, qualquer pessoa assim que se entregava a Cristo, era imediatamente batizada. Mas esta realidade mudou ainda no primeiro século. Por volta do ano 95 d.C, foi escrito um pequeno manual para os novos na fé chamado ‘O Didaquê’. Agora, todos que quisessem ser batizados, precisariam passar por um curto período de dias ou semanas, onde neste tempo, recebiam orientações sobre a fé que agora estavam abraçando. Entretanto, por volta do ano 200 d.C, segundo os relatos de Hipólito, a igreja passou a exigir um período de até três anos de instrução pré-batismal, embora, períodos mais curtos fossem também comuns. A igreja tomou estas medidas, pois viu a extrema importância que era o testemunho em uma época de tantas perseguições. A vida dos cristãos deveria mesmo diferenciar-se da dos demais. Era, pois inadmissível estar na igreja e vivendo como se fosse um mundano. Se o batismo, implicava dentre tantas coisas, a inclusão do indivíduo no corpo local, começou-se a vigiar com rigor os que estavam se achegando ao cristianismo e a observá-los para ver se verdadeiramente eram convertidos. Por isso, a exigência de um período às vezes tão longo de preparação para o batismo.
Primeiramente, Hinson diz que a idéia do batismo na igreja primitiva, segundo os moldes do novo testamento, estava na participação de cada cristão no triunfo de Cristo sobre satanás. Isso era extremamente importante para aquela época, pois era comum entre aquelas sociedades o medos dos espíritos; até mesmo entre os mais intelectuais. O Cristianismo veio apregoar que Cristo com sua vinda, morte e ressurreição, despojou e destruiu todos os principados e potestades, não havendo mais razão para o medo. Haveria agora a necessidade do homem render-se ao senhorio de Cristo, para que pudesse também participar de Sua vitória. Foi o que milhares de pessoas fizeram!
Em segundo lugar, diz também Hinson,
“Por volta de 200 d.C., a igreja oferecia um programa intensivo que almejava preparar o cristão em seu combate espiritual contra os principados e potestades. (...) Por trás desse objetivo estava o seguinte raciocínio: antes de se tornar cristão, acreditava-se, o convertido era súdito de Satanás, sendo literalmente, e não apenas na teoria, mantido cativo. Isso era verdade em relação a todos os cidadãos do ‘mundo’, a esfera dominada por Satanás. O caráter e os hábitos desses cidadãos tinham sido moldados por poderes demoníacos; estavam servindo Satanás em suas vocações e ocupações. (...) Quando uma pessoa se tornava cristã, deveria quebrar o jugo dos espíritos e não deixar nenhum vestígio do controle deles, para que ela pudesse se submeter totalmente a Cristo e participar em seu reino”
O que podemos ver com este comentário é que a igreja assim que recebia um novo na fé, além de levá-lo a Cristo (o que seria o principal), também o acompanhava até que estivesse plenamente livre dos laços do diabo. Os informes históricos deixam claro que nem todos eram livres automaticamente no momento de sua conversão; alguns casos, realmente demandavam um forte acompanhamento por parte da igreja, devido aos envolvimentos passados que tivera. Mas nem todos os bispos estavam dispostos a receber determinados indivíduos que traziam fortes jugos espirituais para a igreja. No terceiro século, o bispo Hipólito de Roma, por exemplo, não permitia sequer que aqueles que vieram das práticas mágicas recebessem instruções preliminares, visando o batismo . No entanto, diz Hinson, “a igreja [de modo geral] aceitava todos os que quisessem mudar seus hábitos e ocupações, certa que Cristo poderia verdadeiramente transformar a vida deles (...) Mas, uma vez que a igreja aceitava um dos escravos de satanás, investia com toda a sua força para liberta-los dos espíritos”.
Conforme estudamos em Atos dos Apóstolos, quando ali a igreja estava em sua origem e desenvolvimento, qualquer pessoa assim que se entregava a Cristo, era imediatamente batizada. Mas esta realidade mudou ainda no primeiro século. Por volta do ano 95 d.C, foi escrito um pequeno manual para os novos na fé chamado ‘O Didaquê’. Agora, todos que quisessem ser batizados, precisariam passar por um curto período de dias ou semanas, onde neste tempo, recebiam orientações sobre a fé que agora estavam abraçando. Entretanto, por volta do ano 200 d.C, segundo os relatos de Hipólito, a igreja passou a exigir um período de até três anos de instrução pré-batismal, embora, períodos mais curtos fossem também comuns. A igreja tomou estas medidas, pois viu a extrema importância que era o testemunho em uma época de tantas perseguições. A vida dos cristãos deveria mesmo diferenciar-se da dos demais. Era, pois inadmissível estar na igreja e vivendo como se fosse um mundano. Se o batismo, implicava dentre tantas coisas, a inclusão do indivíduo no corpo local, começou-se a vigiar com rigor os que estavam se achegando ao cristianismo e a observá-los para ver se verdadeiramente eram convertidos. Por isso, a exigência de um período às vezes tão longo de preparação para o batismo.
Um outro fator que levou os cristãos primitivos a prepararem melhor as pessoas para o batismo, foi também a importância de estarem totalmente libertos. Exigia-se a total libertação dos demônios, antes que alguém fosse imerso nas águas do batismo. Por isso, assim que uma pessoa convertia-se, passava por várias sessões de exorcismo. Veja o que diz a tradição apostólica de Hipólito de Roma escrita em 215 dC,
“Os que são trazidos, pela primeira vez, para ouvir a Palavra sejam primeiramente conduzidos à presença dos catequistas – antes da entrada do povo – e sejam interrogados sobre o motivo pelo qual se aproximam da fé (...) Se alguém estiver possuído pelo demônio, não ouça a palavra da doutrina, enquanto não for purificado (...) Escolhidos os que receberão o batismo, sua vida será examinada (...) Desde o momento em que houverem sido separados, seja imposta a mão sobre ele, diariamente, e ao mesmo tempo sejam exorcizados. Aproximando-se o dia em que serão batizados, exorcize o bispo cada um, para saber se é puro. Se alguém deles não for bom ou não for puro, seja posto à parte: não ouvia a Palavra com fé – porque é impossível que o estranho se oculte sempre”
Comentando sobre os vários exorcismos que os recém convertidos recebiam, o Dr. Glenn Hinson, responde, “Os exorcismos eram importantes porque expulsavam as hostes satânicas que oprimiam os catecúmenos até que o Espírito Santo os libertasse de uma vez por todas” . Devemos ainda lembrar o que já foi dito por Hinson, que assim que a igreja recebia um escravo de satanás, ‘investia com toda sua força para libertá-lo dos espíritos’.
Uma outra coisa importante para se dizer, é que além dos exorcismos, os documentos históricos da igreja nos mostram também que os novos cristãos deveriam não só aceitar a Cristo e a verdade bíblica, mas também renunciar ao diabo, sua pompa e todo serviço que lhes prestaram no passado. “Teatro, corrida de cavalos, caça, oração em templos de ídolos, adoração a ídolos, adivinhação, leitura dos vôos dos pássaros, uso de amuletos e todas as outras coisas que pertenciam à ‘pompa’ e ‘serviço’ de Satanás tinham que acabar. Tais coisas, Niceta de Ramesiana explicou, ‘são as correntes da serpente, as quais são algemadas nas almas das pessoas e as levam para prisão do inferno. Quando uma pessoa renuncia a Satanás, arremete as correntes para trás de suas costas ‘na face do inimigo” . Acerca da importância da renuncia ao Diabo, disse S. Cirilo, bispo de Jerusalém no quarto século, “Quando então, renuncias a satanás, rompendo todo pacto com ele, quebras as velhas alianças com o inferno”.
Podemos ver com estes comentários que a renúncia a satanás tornou-se algo fundamental para a libertação na vida dos cristãos daquela época. Uma coisa interessante é que esta prática de ‘renunciar ao diabo e sua obras’ perpetuou-se alcançando várias igrejas depois da reforma. Ela está presente, por exemplo, nos rituais da Igreja Anglicana e Metodista, onde ali antes do batismo, faz-se uma declaração formal de abjuração e renúncia; é claro que não de forma tão específica como faziam os cristãos dos primeiros séculos. Muito embora, o ritual tenha caído em mera formalidade em muitas destas igrejas denominadas históricas, o fato de estar presente nas mesmas, demonstra a importância que teve tal prática durantes os séculos cristãos.
Uma outra coisa importante para se dizer, é que além dos exorcismos, os documentos históricos da igreja nos mostram também que os novos cristãos deveriam não só aceitar a Cristo e a verdade bíblica, mas também renunciar ao diabo, sua pompa e todo serviço que lhes prestaram no passado. “Teatro, corrida de cavalos, caça, oração em templos de ídolos, adoração a ídolos, adivinhação, leitura dos vôos dos pássaros, uso de amuletos e todas as outras coisas que pertenciam à ‘pompa’ e ‘serviço’ de Satanás tinham que acabar. Tais coisas, Niceta de Ramesiana explicou, ‘são as correntes da serpente, as quais são algemadas nas almas das pessoas e as levam para prisão do inferno. Quando uma pessoa renuncia a Satanás, arremete as correntes para trás de suas costas ‘na face do inimigo” . Acerca da importância da renuncia ao Diabo, disse S. Cirilo, bispo de Jerusalém no quarto século, “Quando então, renuncias a satanás, rompendo todo pacto com ele, quebras as velhas alianças com o inferno”.
Podemos ver com estes comentários que a renúncia a satanás tornou-se algo fundamental para a libertação na vida dos cristãos daquela época. Uma coisa interessante é que esta prática de ‘renunciar ao diabo e sua obras’ perpetuou-se alcançando várias igrejas depois da reforma. Ela está presente, por exemplo, nos rituais da Igreja Anglicana e Metodista, onde ali antes do batismo, faz-se uma declaração formal de abjuração e renúncia; é claro que não de forma tão específica como faziam os cristãos dos primeiros séculos. Muito embora, o ritual tenha caído em mera formalidade em muitas destas igrejas denominadas históricas, o fato de estar presente nas mesmas, demonstra a importância que teve tal prática durantes os séculos cristãos.
Finalmente, gostaria de dizer que o que estes autores citados anteriormente, como Neil Anderson, Mark Bubeck e Kurt Koch, estão fazendo é retomando um ensino que por nós foi abandonado. No entanto, na prática de libertação dos oprimidos, levar alguém não só a confessar seus pecados a Deus, mas também a cancelar todos os pactos e alianças passadas feitas com o Diabo, tem se mostrado fundamental para a sua libertação.
Extraido: http://www.secrai.com.br/portal/modules/articles/article.php?id=12
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