domingo, 5 de dezembro de 2010

Alianças do passado - Parte 4


Implicações Práticas para a Igreja Atual

Depois de toda reflexão feita sobre como os cristãos inicialmente recebiam os novos na fé e como eram preparados para o batismo, devemos pensar sobre como podemos aprender e também aplicar tudo que vimos em nossas igrejas. Se não vamos seguir tudo à risca, pelo menos a riqueza do processo deve ser aproveitada. Há pelo menos duas coisas em minha opinião, que a igreja atual deveria considerar:



Compreender, primeiramente, que a conversão a Cristo não é garantia de que o novo na fé está plenamente liberto. Isto é o que muitos líderes pregam hoje em dia. Dizem aos novos na fé, “Na medida que vocês aceitaram a Jesus, estão totalmente libertos!”. Mas o problema é que muitos dos que escutam isso, não conseguem ainda sentir-se plenamente livres, sobretudo aqueles que vieram do espiritismo, da nova era, de intensas práticas sexuais pervertidas, ou ainda de outros pecados mais graves do ponto de vista espiritual. Na verdade, alguns estão em verdadeiros cativeiros espirituais, como no caso daquela filha de Abraão.



Veja e relembre como eram tratados os recém convertidos pela igreja dos primeiros séculos, assim que vinham a Cristo. Não havia esta visão imediatista, imaginando ser a conversão a garantia de toda libertação. Cristo é claro é o grande libertador e quando alguém começa a caminhar ao seu lado, vai com certeza alcançar a plena liberdade; mas isso, não quer dizer que será no momento da conversão, como se tudo acontecesse ali. Se assim fosse, porque então os novos na fé, na época primitiva, passavam por várias sessões de libertação? Qual seria a utilidade disto? Eu acredito que o alvo era fazer com que o novo seguidor de Cristo experimentasse toda vitória alcançada na cruz!



Mas se pregarmos que todos assim que se convertem, experimentam toda libertação, não precisando mais ser trabalhados nesta área, corremos o risco de deixar muitas pessoas oprimidas dentro das igrejas, que necessitam ser urgentemente ajudadas. Um fato interessante é quando um líder espiritual começa a abrir-se para a área de libertação e cura interior. Quando anteriormente estava fechado para estas áreas, praticamente não tinha ciência e nem contato com pessoas oprimidas e até endemoninhadas dentro da própria igreja em que pastoreia. Mas após Deus abrir sua visão e começar a falar sobre isso em sua comunidade local, através de estudos, pregações e seminários, casos e mais casos começam a aparecer. Pessoas que às vezes nem se imaginava com sérios problemas de opressão (muitos líderes locais), começam a aparecer. Já ouvi vários relatórios neste sentido, onde os pastores nestes casos dizem, “Depois que comecei a falar sobre estes assuntos na igreja e a ministrar em área de libertação e cura interior, começou a “pipocar” casos para todos os lados. Eu não sabia que o meu povo carregava tanto peso assim”. Na verdade, os crentes de uma igreja local como esta, sempre levaram estes pesos espirituais, mas porque o pastor sempre esteve fechado para estes assuntos e nem os entendia, ninguém se manifestava procurando ajuda. Mas após a abertura do líder local, é como se uma luz fosse acesa e as trevas outrora prevalecentes, começassem a dar lugar ao brilho da verdade. Todos são esclarecidos quanto à origem de muitos dos seus problemas que outrora atribuíam outras causas, e então vão em busca de libertação. É neste momento que Deus começa a tratar a igreja.



Mas você quer dizer com isso que crentes precisam ser ministrados em área de libertação? Alguns devem estar perguntando. É exatamente isso que quero dizer; aliás, a igreja dos primeiros séculos acreditou nisto também, conforme já vimos. Mas há passagens na Bíblia que também nos esclarecem acerca disto. Veja, por exemplo, em João 8:32, quando Jesus disse, “e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Este texto é um dos mais citados, para dizer que quando alguém crê e entrega sua vida a Cristo não precisa mais de libertação. Mas é justamente o contrário disto. Veja para quem Jesus está falando de libertação. No verso 30, está escrito, “Ditas estas cousas, muitos creram nele”, ou seja, aceitaram a Cristo como senhor de suas vidas e também foram salvos, pois Atos 16:31, nos diz, “Crê no Senhor Jesus, e serás salvo, tu e tua casa”. Se a salvação vem pelo crer e é pela fé, então aqui houve salvação. Após crerem, Jesus se dirige a este grupo dizendo, “Disse, pois, Jesus aos judeus que havia crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (v.31,32). Para quem Jesus disse ‘e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará’? Para os que já havia crido nele. Em outras palavras, o ato de crer foi apenas o ponta pé inicial, no entanto, havia ainda um bom caminho pela frente. Mas o ideal de Cristo era: sermos verdadeiramente livres!

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